Aprendizagem e a nova teia

by Augusto Cuginotti

“Aprendizagem não é, nunca foi, um fenômeno exclusivamente escolar. Ela está, propriamente, no centro vital do campo de forças que constitui e mantém em movimento a cultura. A cultura é o contexto primário da aprendizagem. (…) Acreditando que o homem é um animal amarrado a teias que ele mesmo teceu, assumo a cultura como sendo aessas teias e sua análise [Clifford Geertz]. A cultura, pois, é menos os seus produtos que seus processos. Ela não existe como um lugar ou coisas na sociedade.”

Cito de Alípio Casali publicado em “Empregabilidade e Educação: Novos Caminhos no Mundo do Trabalho [ISBN 85-2830109-5]

Tudo leva a crer que estamos evoluindo de uma geração do conhecimento para uma geração da consciência. A cultura, como teia que criamos e nos cria, pode ser a fomentadora da aprendizagem individual e coletiva, se for por esse lado que acharmos que ela pode ir. Uma sociedade da consciência coletiva e colaborativa no lugar da nossa atual sociedade do conhecimento individual competitiva parece despontar como uma tendência em várias pessoas, grupos e instituições, cada qual com sua micro-cultura específica, aparentemente desconectada das demais, mas surpreendentemente alinhada.

Os movimentos empresariais de expansão da consciência e sustentabilidade andam evoluindo de mãos dadas com as ONGs, a mídia, os educadores e os cientistas. Claro que isso não se vê como planta crescida, mas o bom observador percebe as sementes e os competentes jardineiros que estão em volta.

Estamos caminhando para um momento diferente, para uma formatação de cultura que cultiva o aprender individual e coletivo, uma cultura em que seus processos são oportunidades de aprendizado, de desenvolvimento. Estamos tecendo uma nova teia.