de tanto fingir que não vê…

by Augusto Cuginotti

Estava caminhando na loucura de um fórum com mais de 100 mil pessoas dizendo de tudo um pouco, quando foi que de repente, saindo de um momento para outro, ouvi o poeta de rua que cito já sem aspas porque já coloquei meus óculos nos olhos dele.

‘Não deixe de ver as coisas que não são bonitas para você. Fingir que não vê o menino de rua é grave.
De tanto fingir que não vê, você pode acabar deixando de ver que finge.’

Isso vai junto com o ditado Navarro que já escrevi aqui algum dia: “O homem mais difícil de acordar é aquele que finge que está dormindo”.

Ah… e claro, pior que fingir para os outros é fingir para você mesmo. Acontece com o bom fingidor: de tanto fingir para quem está lá fora, já não sabe mais que parte do que está dentro é de verdade.

Entender que se finge é o primeiro passo para largar o hábito. Esse fingir não é sempre uma mentira do nosso consciente, as vezes também é uma proteção ou uma doutrinação da nossa rotina louca.

Pare e pense, porque é mais prático correr sem pensar e mais sábio pensar sem correr.