3 meses no Japão

by Augusto Cuginotti

Minha viagem pelo Japão foi extraordinária – foram quase três meses aprendendo com os japoneses sobre uma variedade de coisas.

No mês que cheguei, em maio, participei do primeiro Art of Hosting no Japão, de um diálogo interreligioso com representantes de vários países e tradições e de uma cerimônia que a cada ano junta mais de dez mil pessoas para rezar e refletir pela paz. Depois com um grupo de 10 pessoas de diversos países começamos um guia para a realização de conversas e encontros que possam replicar essa iniciativa japonesa.

Em junho tive muitos dias de Tóquio, muitos deles podendo treinar aikido no Hombu Dojo, dojo central no Japão. Além disso ainda fui a duas aulas de sapateado com os japoneses, a maioria artistas aprendendo a dançar para os muitos musicais que agora despontam por lá. Foi muito divertido poder fazer essas duas coisas que eram minhas práticas em Barcelona também no Japão.

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Além das práticas pessoais junho foi um mês de trabalhar com as organizações de promoção de paz em Tóquio e em Fuji. Os workshops foram fantásticos e recebi muitos feedbacks positivos, além é claro de ter aprendido muito com as conversas, perguntas, etc. Na última semana ainda pude participar da versão jovem dos eventos TEDx e anfitriar uma conversa com estudantes e profissionais que usam investigação apreciativa no Japão.

No mês de julho foi a vez de visitar Iwama, a terra que o fundador do aikido escolheu para morar, e treinar alguns dias por lá também. Depois diretamente para os trens e daí para algumas partes menos cosmopolitas do Japão: uma semana para o norte, Hokkaido, andando e pedalando pelos parques nacionais japoneses e as bonitas penínsulas que são face ao mar do Japão; e uma semana perto de Hiroshima, conhecendo a cidade e história da bomba atômica e também a famosa ilha sagrada de Miyajima.

Para fechar com chave de ouro, antes de voltar a Tóquio, uma última parada próxima ao Fuji-san, desta vez para encarar a subida que começa a 2400 metros de altura e chega ao topo de 3700 metros. Fiz o trajeto de subida com um amigo japonês (que já fez isso mais de 30 vezes!) em 4 horas para subir e 2 horas para a descida. O monte Fuji tem uma inclinação bastante grande e principalmente a descida foi desafiadora, mesmo que mais curta. Mas… IATA! Cheguei, comi noodles quente e voltei. De lá para um onsen (hot springs) para relaxar e de volta a Tóquio para as malas. Hoje, aeroporto de Narita.

Não faço idéia de como eu vou ficar sem a comida fantástica do Japão — lembrando que estou indo para a Inglaterra :) — onigiris, maguro, matcha, etc, sem os banhos japoneses, sem dizer ‘sugoi’ ou ‘oishii’, e sem as maravilhosas pessoas que reencontrei e também conheci por aqui. Até a próxima vez, quando começarei meu relato com ‘tadaima!’.