Arquitetos do Encontro
Este texto foi publicado originalmente no blog do Hub Escola.
Que boa surpresa poder ver na última edição do Hub Escola a quantidade de oficinas e conversas sobre conversar: diálogos, conversas que importam, essência da facilitação, comunicação autêntica.
A importância de conversar como forma de agir no mundo ganha o espaço que merece – conversar é a ação que nos permite coordenar nossas ações conjuntas e são as conversas sobre o que importa hoje que fundamentam o mundo que queremos. Conversar é construir mundos em conjunto e, além de tudo, é conversando que a gente se aprende.
Conversar é uma arte que se desenvolve participando integralmente do encontro com o outro. É uma arte que demanda atenção e dedicação para que possamos nos enxergar como agentes dessas conversas. Mesmo em momentos em que estejamos aparentemente não agindo, ainda assim precisamos de atenção para escutar ativamente o outro. Uma boa conversa é um bom investimento da nossa energia e um desafio para nossa habilidade de estar presente.
De mãos dadas com a arte de participar integralmente caminha a arte de criar espaços e condições para que aconteçam as conversas que são chave para o nosso momento, seja ele pessoal ou de um coletivo. É importante que tenhamos espaços para que a comunicação sobre o que importa para nós neste momento possa acontecer.
Estive recentemente no Vale do Anhangabaú e, olhando para o espaço vazio com pouca gente espalhada lendo jornal, pensei no artigo enviado por uma amiga em que um arquiteto famoso por reurbanizar cidades européias afirma: “São Paulo precisa de espaços de encontro”. Além da arquitetura física, a cidade e qualquer outro espaço precisa de arquitetos do encontro – gente que escuta qual a conversa que deve acontecer e cria as condições para que ela se torne realidade.
Já existem vários espaços interessantes de encontro na cidade, o Hub Escola é um exemplo deles, as Manifestações Diálogo, outro. São estes encontros, em espaços públicos ou privados, que são convite à comunicação e ao diálogo. São convites para nos desenvolvermos como seres que melhor nos relacionamos e também para desenvolvermos as inquietações que nos movem neste momento.
Arquitetos ou artistas do encontro são as pessoas que ouvem suas inquietações individuais e as coletivas e criam os espaços necessários para que conversas significativas possam acontecer.
Se você já se aventura ou quer se aventurar em explorar a arte do encontro, uma oportunidade este ano é estar com outros artistas na Vila de Aprendizagem, compartilhando e ouvindo as práticas de quem convida pessoas para aprender junto. Informações sobre a Vila em: