carta de um outro como eu

by Augusto Cuginotti

Esta é uma carta de um outro como eu.
Recebi com algumas perguntas que compartilhamos sobre criar espaços de aprendizagem depois de um retiro com foco em abordagens pissicosintéticas, ou coisa do gênero.
Na época eu não tinha sofá em casa, mas tinha almofada e sentava no chão. Agora não tenho chão, então fico de pé.

Lucca, 10 de agosto de 2005.

Meu caro Augusto,

Não me deixaram sair da sala para escrever esta carta para você. Coloquei na balança e decidi não me revoltar com a causa. Ah, escrevo isso porque reflete minha procura como bom anfitrião: Será que eu sou tão monotônico assim nos espaços que crio?

De qualquer forma o programa foi uma forma de reconexão com a causa. Será que eu posso me desenvolver neste tema, criar esta competência que de certa forma a sociedade me cobra? E tenho como fazer isso sem ser corrompido por médotos, dualidades, gurus, vícios extremos? Como fazer essa reciclagem?

Em todos estes espaços tenho visto que existe uma linha do ser humano que nos conecta e nos nutre. Será que encontrar essa linha é o papel deste anfitrião?

Olhando para cinco meses de trabalho, oportunidades e coisas boas e ruins que cruzam nossa vida, como estamos nos sentindo neste caminho? O que esta experiência de troca legítima e também de abordagem psicossíntesseana (!) :) trouxe para nossa jornada?

Claro que, independente do lugar, da pessoa-instituição, o que vale são as almas e sorrisos, energias e saber, nosso e de nossas relações. Assim não deixe de pensar em sua contribuição (como posso melhor servir, não é mesmo?) para com essas relações construídas.

Estar presente nas relações e balanceá-las, sabendo que a energia flui para onde olhamos: olhe para as pessoas a minha volta como fizemos há meses atrás. Mandemos algumas energias para todos, escrevermos para alguns e visitemos poucos, mas sempre presentes para a decisão do fluir de nossa energia.

Talvez seja desta crença de relacionar-se que venha a energia para continuarmos a nossa jornada.

Humm… você está lendo isso sentado na cama ainda? :) Não acredito! Vai já comprar um sofá ou pelo menos saia para uma noitada com um tanto de cerveja.

Um grande abraço,