Competências Conversacionais | Produzir na era da complexidade
A verdade não nasce ou é encontrada dentro da cabeça de um indivíduo, ela nasce entre pessoas procurando coletivamente a verdade, em um processo de interação dialógica. – Bakhtin
Não é mais a nossa capacidade de produzir sozinhos ou mesmo de acumular conhecimento que tem o maior poder de ação e influência nos sistemas hoje em dia.
Para agir melhor, precisamos aprender aumentar nossa competência conversacional, nossa capacidade para coordenar nossas percepções com o outro, em um processo de construção compartilhada.
Por que o foco conversacional?
Conversar é a forma de intervenção primária deste milênio: é como majoritariamente agimos, trabalhamos, produzimos. Estamos em um mundo no qual o trabalho conversacional toma seu lugar central nas ações do dia a dia, deixando cada vez mais o trabalho manual em segundo plano.
Se Taylor era a referência em produtividade por organizar as ações das pessoas no tempo, hoje grande parte da produção é devido a estas pessoas coordenando suas ações entre elas mesmas.
O que mudou?
O fazer-junto é mandatório pois a complexidade dos temas atuais não permitem que exista uma entidade onisciente que distribua ações concatenadas para um fim. Ao invés disso, temos a necessidade de prestar atenção em uma gama ampla de coisas conjuntamente para produzirmos algo relevante.
Isso pede que tenhamos muitas pessoas prestando atenção em partes interconectadas de um todo e que criem um processo de coordenação constante entre elas.
E como nos coordenamos? Nos coordenamos conversando, manipulando a linguagem, fechando acordos, fazendo e cumprindo promessas para que a colaboração entre muitos seja efetiva.
Existem coisas que podem ser produzidas individualmente, mas a complexidade do nosso tempo, dos nossos sistemas e das questões que temos que digerir nos indica que está na hora de produzirmos juntos mais do que nunca.