
Menos Leitura, Mais Azul
Tive uma conversa ótima na passagem por São Paulo que lembrou-me do balanço entre o conhecimento escrito e a descoberta coletiva em conversa.
“Gosto mesmo é de ouvir conversas. Com pessoas estranhas de preferência. Ouvir a vida para poder transmiti-la. Se a gente lê muito, em demasia, acaba contando coisas que todo mundo já sabe. É preciso dar coisas novas, há milhares de coisas novas para dar. É descobri-las.”
Guimarães Rosa, entrevista concedida aos alunos do Colégio Dom Pedro II, no Rio de Janeiro, em 1967, publicada em O Cruzeiro, 23-12-1967
“As coisas não querem mais ser vistas por pessoas razoáveis:
Elas desejam serem olhadas de azul.”
Manoel de Barros, O livro das ignorãnças (Rio de Janeiro: Record, 2000), p. 21.
E um dos meus preferidos do Rumi:
Soul receives from soul that knowledge, therefore not by book
nor from tongue.
If knowledge of mysteries come after emptiness of mind, that is
illumination of heart.
Claro que muito conhecimento está disponivel em livros, pela internet e outros tantos meios. Porém a novidade, as diferentes cores e a conversa de alma vem de experimentar com outros mundos, outras consciências, vem de estar junto consigo mesmo e com o outro.