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Ei professor, essa aula também é minha

by Augusto Cuginotti

Tivemos uma conversa informal entre os adultos e crianças da comunidade da escola. Falávamos dos visitantes que – em sendo muitos – as vezes causam descontentamento aos ‘moradores’.

O lado deles não é difícil de entender – imagine um bando de desconhecidos visitando sua casa sempre, pessoas que nem sempre entendem o princípio de self-governance daqui. A conversa explica o porquê:

Menina de 15 – Eu me dei conta que não gosto nem um pouco quando eles entram no meio da minha aula de física.

Eu [professor de física] – Bom, normalmente quando os visitantes chegam na sala eu deixo que eles entrem e façam perguntas. Minha motivação é somente a de querer que mais gente possa conhecer esta escola [que as crianças não tem claro o quão famosa é] e que iniciativas inspiradas nela possam surgir em outros lugares.

Menina de 15 – Tá, mas eles ficam um bom tempo perguntando [sempre as mesmas] coisas e, além do mais, perguntam só para você e nunca para a gente.

Eu – É verdade. Eu acho que o fato de perguntarem só para mim se deve ao fato de que é assim que eles estão acostumados – entender a forma como funcionamos não é fácil para quem sempre viveu outra experiência.

Menina de 15 – É, mas como a aula também é minha, quero decidir se eles podem entrar ou não.

Eu – Errr… humm… sabe que você tem razão…

Update: Essa semana chegaram duas senhoras para fazer uma visita exatamente na aula da mesma menina – perguntaram se podiam entrar e eu respondi que tínhamos que decidir entre todos – a menina disse: tá, mas só 5 minutos. Dito e feito!