Para Dadi Janki

by Augusto Cuginotti

Libertem-se de todas as coisas velhas e tornem-se verdadeiros e limpos. Agora, nós temos a oportunidade de mudar nossas atitudes e percepções. O tempo está nos chamando, o mundo está nos chamando e, se você ouvir, a sua própria voz interior está lhe chamando. Mas, mesmo se o tempo estiver lhe chamando, se não houver auto-realização não é possível ouvi-lo. Ouça o que o tempo está dizendo. Veja a situação atual do mundo. É necessário pensar sobre nosso próprio futuro e o do mundo.

Dadi Janki

Dadiji – a sabedoria

Hoje faleceu em Mount Abu, Índia, a irmã mais velha, grande inspiração e líder espiritual da Brahma Kumaris, Dadi Janki, aos 104 anos. De tudo o que sigo aprendendo com sua sabedoria, fico feliz na lembrança de seus ensinamentos e no infindável senso de serviço que ela dedicou para tantas almas.

Há pouco tempo tive o prazer de contribuir com a publicação da BK no Brasil por conta dos seus 40 anos no país. Sinto que faz sentido compartilhar aqui o meu caminho com a Brahma Kumaris e com Dadiji.


Eu cheguei à Brahma Kumaris por amigos e colegas quando estávamos trabalhando em uma iniciativa de desenvolvimento de liderança que se chamava Espiritualidade nos Negócios. Além do tema estar muito conectado com o coração da BK, ainda se inspirava no trabalho já feito pelo Ken O’Donnell, autor de vários livros e consultor na área, líder da BK na América Latina e, para nossa felicidade, nosso colega nesta jornada.

O meditar conectado

Não conhecia uma prática de meditação que fosse simples de praticar e que prezava a conexão tanto do aqui e agora quanto de uma consciência atemporal. Ao ser convidado a meditar de olhos semiabertos, consciente de onde estou e me conectando com Deus, tive a sensação do que para mim chegou a significar a yoga. Aos 20 e poucos anos e iniciante, esse entendimento e prática me ajudaram a começar a trilhar este caminho, que com certeza ainda pede muito caminhar, e que me ajuda a lembrar desta união e desta conexão tão necessária no meu dia a dia.

O poder de “quando eu mudo o mundo muda”

Poder cuidar da minha união com o mundo me permite estar a serviço dele. O quão poderoso e benéfico para minha jornada foi poder olhar para mim, mudar e desenvolver meu estar no mundo para poder estar a serviço. O poder de quem sou como observador do mundo se mostrou para mim a chave não só de estar nele como de contribuir com ele. O mote da BK me acompanha nas minhas escolhas pessoais e profissionais.

As iniciativas da BK

O estar conectado desta forma, a raja-ioga, se mostra na diligente dedicação de todos da BK para a meditação e seus trabalhos autorais nas mais diversas áreas. Dedicação que mostra a conexão com o mundo desde um lugar de prática tanto espiritual quanto pragmática.

Pude participar e me nutrir das diversas iniciativas em que a BK é proponente e parceira, iniciativas que mostram o espírito de serviço desta organização e de todos ligados a ela. Além de ter me conectado e aprendido muito com iniciativas como o IVE, Vivendo Valores e tantas outras tanto no Brasil quanto no exterior, também me inspirei na própria forma de organização da BK: bondosa, abundantemente generosa, que consegue ser carinhosa e desprendida, em um espírito coletivo de serviço que não conheço em nenhuma outra organização desta magnitude.

Aprender a desacelerar

Aprendi a desacelerar com a BK, com a meditação mas muito além, ao prestar atenção para que essa união possa estar sempre presente no meu pensar e no meu agir. Aprendi de Dadi Janki a “jamais estar ocupado”, estar sempre disponível para mim e para o mundo. Esse exercício sigo fazendo todos os dias, não com perfeição, mas certamente com afinco.

Do desejo de convidar outros a desacelerar e fazer pausas surgiu um programa chamado Conexão Borboleta que convidada a um retiro de reflexão, silêncio e meditação em que muitos se beneficiaram e onde a parceria e suporte da BK foi fundamental. Daí também surgiu o Fermata [fermata.org.br], um convite para pequenas pausas no nosso dia a dia. Essas iniciativas nestes anos foram inspirações que em grande parte vieram da minha relação com os conhecimentos e vivências na Brahma Kumaris.

O chamado do tempo

Me encantei logo que descobri que tinha um papel para estar a serviço de disseminar essa conexão com o mundo, talvez um ativismo espiritual, de modo a não viver a vida com uma consciência restrita de corpo e coisas, de afazeres desconectados. Descobri que existia um “chamado do nosso tempo”, um pedido para cada um estar a serviço do seu modo em resposta a esse chamado. Poder refletir no que isso significa e como me colocar no mundo foi um presente que recebi de estar conectado com essas lindas almas.

Feliz aniversário!
Om shanti.