Cadeiras em Círculo

Regra dos 2 pés?

by Augusto Cuginotti

Estive mês passado em um encontro do Art of Hosting com 90 pessoas na Suécia – o encontro foi muito cheio de energia e acho que as descobertas estiveram bem presentes para todos. Com os acontecimentos da minha volta ainda não comentei muito no que saiu, mas depois de um workshop ontem (em catalão!) me lembrei do impacto dos espaços culturais em que estamos e a linguagem que carregamos.

Essa é uma pergunta que é uma provocação – em um Open Space,  sempre precisamos de regra dos dois pés? Já falei com um tanto de gente sobre esse assunto, não pela metodologia em si, mas para explorar a tendência de importar um convite que teoricamente funciona igual para todo mundo.

A pergunta para mim é… o que se assume neste local que devemos deixar de assumir para que essa interação possa acontecer? Na do Open Space tive suporte dos gregos, que pelo jeito são como nós e gostam de bater perna.

Tive a experiência nesse encontro da Suécia de ajudar a explicar um Open Space e no final uma pessoa do grupo perguntou: se eu for ser anfitrião de uma conversa, tenho que ficar nela ou posso sair andando para outra?

Era uma pergunta de um dos poucos brasileiros. Quem vive e experimenta no Brasil sabe que muitas vezes precisamos de um convite que é menos enfático em mobilidade e mais reflexivo no compromisso a aquilo que queremos realmente ver acontecendo.

Nas seções seguintes, os anfitriões foram adicionando mais umas palavras (responsabilidade foi uma delas) entre os princípios de um Open Space. Adapta-se.

Em geral, me parece que para entender o open, o que se assume é que precisamos de regra, não de space. Talvez seja o caso: se assume que o espaço é fechado até que se convide à abertura.

Será que no nosso caso aqui o espaço é aberto até que nos convidem do contrário? Ou somos mais anárquicos? Não sei… se trata de assumir liberdade até que se identifiquem as limitações? Ou ao menos não assumir limitações que não existem?

Tivemos um Open Space fantástico – não sei se o brasileiro usou mais os pés, as asas ou a bunda mesmo.